A Seleção Brasileira
nunca havia sofrido dois gols em uma mesma partida sob o comando de Tite.
Aconteceu nesta sexta-feira, último dia da participação nacional na Copa do
Mundo da Rússia. Desencontrado defensivamente, o Brasil perdeu por 2 a 1 para a
Bélgica, em Kazan, e despediu-se do torneio.
Com bons momentos
ofensivos, a Seleção Brasileira foi vazada pela primeira vez por um gol contra
de Fernandinho. O volante que já havia sido vilão na histórica derrota por 7 a
1 para a Alemanha, quatro anos atrás, cabeceou para dentro após uma cobrança de
escanteio aos 12 minutos do primeiro tempo.
A Bélgica ampliou ainda
na etapa inicial. Aos 30, em um contra-ataque rápido puxado por Lukaku, De
Bruyne foi acionado na ponta direita e chutou cruzado para a rede. O gol fez a
Seleção Brasileira pressionar durante toda a segunda etapa. O máximo que o time
de Tite conseguiu, entretanto, foi uma cabeçada certeira de Renato Augusto, com
assistência de Philippe Coutinho.
A queda do Brasil deixa
a Copa do Mundo somente com seleções europeias. Nas semifinais, a Bélgica terá
pela frente outra algoz de uma equipe sul-americana, a França, que derrotou o
Uruguai por 2 a 0 mais cedo, em Níjni Novgorod. O jogo será disputado às 15
horas (de Brasília) de terça-feira, em São Petersburgo.
Fernandino compromete
Fernandinho começou mal
a partida contra a Bélgica. Foi um desarme sofrido pelo volante que resultou no
primeiro chute a gol da equipe europeia, de De Bruyne, seu companheiro de
Manchester City na Inglaterra.
Naquele momento, o
Brasil tinha dificuldades para se desvencilhar da marcação adiantada do time
dirigido pelo espanhol Roberto Martínez. Willian, por exemplo, saiu com a bola
pela lateral direita quando pressionado.
O Brasil, no entanto,
replicou a estratégia belga. Quando também avançou a sua marcação, a Seleção
começou a incomodar a adversária. Aos sete minutos, criou uma grande chance de
gol. Neymar levantou a bola na área em cobrança de escanteio, e Miranda
resvalou com a cabeça. Thiago Silva emendou para a trave.
A Bélgica se saiu ainda
melhor em uma cobrança de escanteio do outro lado do campo, de Chadli. Com a
ajuda de um jogador brasileiro. Aos 12 minutos, Fernandinho tentou cortar
dentro da área, pelo alto, e mandou contra o próprio gol. Alisson não conseguiu
defender.
A torcida brasileira
transmitiu apoio aos comandados de Tite, cantando ainda mais alto nas
arquibancadas da Arena Kazan. No gramado, Neymar, Philippe Coutinho, Willian e
Gabriel Jesus, os homens de frente da equipe, procuravam corresponder com empenho
e movimentação, porém esbarravam no jogo duro dos belgas.
O Brasil, que tinha a
defesa mais consistente da Copa do Mundo, não apresentou a mesma solidez da sua
oponente. Aos 30 minutos, Lukaku girou em cima de Fernandinho e, mesmo pesado,
carregou bem a bola, passando na frente do mesmo marcador. De Bruyne foi
acionado na direita e acertou um chute cruzado, seco, para fazer 2 a 0.
A Seleção Brasileira
acusou o golpe. Neymar, que já havia até saído momentaneamente por causa de uma
pancada na perna esquerda, estava longe de ser suficiente para devolver a
confiança aos seus companheiros. Ainda assim, Gabriel Jesus subiu livre de
marcação aos 35. E cabeceou para fora.
Quase deu
Tite resolveu agir no
intervalo. Sacou Willian para a entrada de Roberto Firmino, que muitos cobravam
como titular na vaga de Gabriel Jesus. O centroavante revelado pelo Palmeiras,
então, acabou deslocado para a ponta direita.
Apressado, o Brasil
inicialmente abusou do individualismo e dos erros de passe. A Bélgica, em
compensação, aceitou a pressão em função da vantagem que tinha construído no
primeiro tempo e chamou o time nacional para o seu campo.
Aos seis minutos, Tite
viu uma chance de empate quando Neymar caiu dentro da área. O técnico pediu que
o lance fosse revisto pelo árbitro de vídeo. O próprio atacante, contudo,
reconheceu que não havia sido pênalti.
A postura dos
brasileiros foi unânime de reclamação pouco depois, quando Kompany acertou
Gabriel Jesus com um carrinho dentro da área. O árbitro sérvio Milorad Mazic
demorou a tomar a sua decisão, mas mandou o jogo seguir.
Foi a última
participação de Jesus na partida. O atacante cedeu lugar a Douglas Costa, que
entrou com a missão de dar velocidade ao lado direito do ataque brasileiro. Aos
17, ele cumpriu o combinado e bateu cruzado. Courtois deu rebote, e Paulinho
não aproveitou.
Como o tempo passava e
o Brasil continuava dois gols atrás da Bélgica, Tite gastou a sua última ficha
em Renato Augusto, substituto de Paulinho. Deu certo. Aos 30 minutos, Philippe
Coutinho fez belo levantamento para a área, onde o meia do chinês Beijing Guoan
cabeceou no canto.
O gol reanimou a
Seleção Brasileira, que teve grandes oportunidades de alcançar o empate. Aos 32
minutos, por exemplo, Firmino recebeu a bola de Neymar dentro da área, girou e
finalizou por cima. Aos 34, Renato Augusto teve espaço na entrada da área após
passe de Coutinho e também errou o alvo.
Já nos acréscimos, após
pedir mais um pênalti, Neymar deu novo susto na Bélgica. Buscou o ângulo em uma
conclusão de fora da área. O goleiro Courtois se esticou e fez a defesa,
assegurando a vitória sobre o Brasil e a afirmação da ótima geração belga.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 X 2 BÉLGICA
Local: Arena Kazan, em
Kazan (Rússia)
Data: 6 de julho de
2018, sexta-feira
Horário: 15 horas (de
Brasília)
Árbitro: Milorad Mazic
(Sérvia)
Assistentes: Milovan
Ristic e Dali Djurdjevic (ambos da Sérvia)
Público: 42.873 pessoas
Cartões amarelos:
Fernandinho e Fagner (Brasil); Alderweireld e Meunier (Bélgica)
Gols: BRASIL: Renato
Augusto, aos 30 minutos do segundo tempo; BÉLGICA: Fernandinho (contra), aos
12, e De Bruyne, aos 30 minutos do primeiro tempo
BRASIL: Alisson;
Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Renato
Augusto), Willian (Roberto Firmino), Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus
(Douglas Costa)
Técnico: Tite
BÉLGICA: Courtois;
Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Fellaini, Witsel, Meunier e Chadli
(Vermaelen); De Bruyne, Lukaku (Tielemans) e Hazard
Técnico: Roberto
Martínez
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