O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à
Presidência pelo PT que está preso desde abril, afirmou em artigo publicado
nesta quinta-feira (19) que a decisão da Justiça de impedi-lo de dar
entrevistas ou gravar vídeos é uma tentativa de silenciá-lo durante a campanha
eleitoral.
"Parece que não bastou me prender. Querem me
calar", disse Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a
Presidência da República na eleição de outubro, no artigo publicado no jornal
Folha de S.Paulo.
"Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem
que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta
soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha
o direito de falar em minha defesa?", acrescentou. Na semana passada, a
juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Curitiba, rejeitou pedidos de
vários veículos de imprensa para entrevistar e sabatinar Lula, que está preso
na sede da Polícia Federal do Paraná cumprindo pena de 12 anos e 1 mês de
prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso sobre o tríplex no
Guarujá, litoral de São Paulo.
A magistrada também rejeitou pedido feito pelo PT para que
Lula participe de atos de pré-campanha na eleição deste ano ao Palácio do
Planalto, assim como que seja permitido a ele participar de eventos por
videoconferência da prisão e gravar vídeos de campanha.
Lula afirmou no artigo que aqueles que não querem que ele
seja presidente deveriam ser os "maiores interessados" em que ele
dispute as eleições deste ano.
"Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas
urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais
neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de
gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos", disse.
O ex-presidente também reiterou ser inocente da acusação
feita pelo Ministério Público Federal de que recebeu o apartamento tríplex no
Guarujá como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos com a
Petrobras.
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