Com discursos contra a
corrupção e os privilégios, o senador Álvaro Dias foi escolhido pelos
convencionais do Podemos para ser candidato à Presidência da República. A
candidatura do parlamentar pelo Paraná foi oficializada neste sábado (4) em
Curitiba, durante convenção nacional do partido. Na primeira fala como
candidato, Álvaro Dias anunciou que, se eleito, vai convidar o juiz federal
Sérgio Moro para ser ministro da Justiça, e repetiu os pilares de sua
pré-candidatura resumidos na promessa de "refundar a República".
Ele vai compor chapa
com o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Paulo Rabello de Castro, cujo partido, o PSC, havia decidido lançar candidatura
própria à Presidência, mas desistiu em favor de uma aliança com o Podemos na
última quarta-feira (3). Castro tem 69 anos, é doutor em economia e presidiu o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos primeiros meses do
governo Michel Temer. Além do PSC, fazem parte da coligação até agora os
partidos PTC e PRP.
Ao anunciar nomes que
comporão o seu eventual governo, Álvaro Dias disse que convocou uma "seleção
para derrotar a impunidade, a injustiça e a corrupção nesse país". Em
diversos momentos, ele fez menção às operações de combate à corrupção como a
Lava Jato. Ao dizer que faria uma "homenagem à República de
Curitiba", ele antecipou o convite público a Moro, chamado por ele de
"símbolo da esperança do nosso povo" e o nome "para completar a
tarefa da limpeza", mas ainda ainda não fez o convite diretamente ao
magistrado.
Em entrevista, após ser
escolhido, Álvaro Dias afirmou: “A refundação da República é a substituição
desse sistema perverso, fábrica de escândalos, loteamento de cargos públicos e
relação promíscua entre os poderes. A ideia básica é que os brasileiros cumpram
as leis”. Ele fez críticas aos privilégios das autoridades e ao sistema
político que se coliga "simplesmente" com o objetivo de ter mais
tempo de campanha na televisão.
O encontro teve a
presença da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, de deputados federais
e do senador Elmano Férrer (PI). Além de prefeitos da região, compareceu também
o candidato ao Senado por São Paulo, Mário Covas Neto. O jurista Miguel Reale
Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, foi
anunciado como parte da equipe para tratar de alterações na Constituição.
"Estamos
defendendo um pacto nacional de governabilidade. Todas as pessoas do bem de
todos os partidos, um governo suprapartidário envolvendo instituições,
religiões, academia, sindicatos, federações, associações, as forças vivas da
sociedade brasileira unidas para promover a mudança e refundar a
República", disse Álvaro Dias.
Perfil
O recém-oficializado
candidato tem 73 anos e está no quarto mandato de senador. De 1987 a 1991, foi
governador do Paraná, à época pelo PMDB. Na década de 1970, foi deputado
federal por três legislaturas. Antes, foi vereador de Londrina (PR) e deputado
estadual no Paraná. Formado em História, ele já mudou de siglas sete vezes.
Eleito senador em 2014
pelo PSDB, migrou para o PV e, em julho do ano passado, buscou o Podemos,
antigo PTN, para se unir à tentativa da sigla de imprimir a bandeira da
renovação da política e da participação direta do povo na política.
Agência Brasil
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