O candidato à
Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), concedeu
entrevista polêmica ao Jornal Nacional na noite desta terça-feira, 28. Versando
sobre diversos assuntos, a sabatina teve momentos acalorados entre o
presidenciável e a bancada de entrevistadores, formada por Renata Vasconcellos
e William Bonner.
Bolsonaro foi
questionado quanto ao papel do Poder Executivo para reduzir a desigualdade de
salários existentes entre homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos. Se auto-intitulando “liberal” na economia, o
candidato esquivou-se da pergunta, dizendo que esta não seria responsabilidade
do Estado.
“A CLT (Consolidação da
Lei do Trabalho) já garante isso: o salário compatível, desde que não haja mais
de 2 anos de serviço de diferença”, disse. Renata Vasconcellos, no entanto,
rebateu o argumento do candidato informando que “na prática, isso não acontece”.
“É só as mulheres
denunciarem ao Ministério Público do Trabalho, que vai lá e resolve o assunto”,
explicou Bolsonaro, sentenciando ainda: “Estou vendo uma senhora e um senhor e,
não sei ao certo, mas com toda certeza há uma diferença salarial aqui. Parece
que é muito maior para ele (apontando William Bonner), do que para senhora”.
A apresentadora,
interrompendo, reprimiu a afirmação do presidenciável, comunicando que seu
salário “não diz respeito a ninguém”. “E eu posso garantir ao senhor, como mulher,
que jamais aceitaria receber salário menor que de um homem que exercesse as
mesmas funções e atribuições que eu”, refutou.
Perguntado sobre uma
declaração de seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), de que as Forças Armadas teriam
de “impor uma solução para o Brasil”, o deputado disse que a saída é a mesma
que aconteceu em 1964. Bonner, por sua vez, afirmou que “os historiadores
sérios” se referem à data como “um golpe militar”.
“Deixo os historiadores
para lá e fico com o que declarou Roberto Marinho no dia 7 de outubro de 1984”,
emitiu o militar da reserva, que comunicou que iria repetir o editorial do
ex-presidente da Globo exaltando aquele período.
No contragosto da
bancada, Bolsonaro disse: “Participamos da Revolução Democrática de 1964, identificados
com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas,
ameaçadas pela radicalização ideológica, distúrbios sociais, greves e corrupção
generalizada”.
Bonner, mudando de
assunto, assegurou que a Globo já havia lançado editorial contrário aquele
proferido pelo candidato.
Segurança Pública
William Bonner
questionou Bolsonaro quanto a sua possível política adotada para o combate à
criminalidade, principalmente em comunidades carentes. O apresentador relembrou
um pensamento do candidato em que diz: “Violência se combate com violência e,
se for o caso, com mais violência ainda”.
O presidenciável pelo
PSL confirmou as palavras, defendendo a ampliação do aparato policial. “Se o
bandido está com um fuzil 762 atirando, o policial tem que ter uma metralhadora
ponto 50. Se ele (bandido) está com uma ponto 50, o policial tem que ter um
tanque de guerra”, explicou.
“Esse tipo de gente não
pode ser tratada como normal, que deve ser respeitada e que é uma vítima da
sociedade”, relatou Bolsonaro, que pensa em dar “carta branca” aos agentes da
segurança pública.
“Temos que deixar livre
da linha de tiro as pessoas de bem, da comunidade, ir com tudo para cima deles
(bandidos) e dar para o policial o excludente de ilicitude. Ele entra, resolve
o problema. Se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, o policial tem
que ser condecorado e não processado”, concluiu.
Fonte O Povo
0 Comentários