Estreante em eleições
gerais, a primeira Convenção Nacional da Rede Sustentabilidade confirmou, por
aclamação, neste sábado (4) o nome Marina Silva como candidata da sigla à
Presidência da República. Sob aplausos, o candidato à vice na chapa, o médico
sanitarista, Eduardo Jorge, do Partido Verde (PV), também foi apresentado
oficialmente no encontro.
Ao lado de lideranças
da sigla como o senador, Randolfe Rodrigues (AP), do deputado federal, Miro
Teixeira (RJ) e da vereadora Heloísa Helena (AL), Marina agradeceu o apoio da
família e disse que a candidatura dela e de Eduardo Jorge é a que está em melhores
condições de unir o Brasil. A candidata rechaçou as críticas de que ela e o
vice não representam uma candidatura viável. “Nossa aliança não é por
conveniência, por tempo de TV, por dinheiro para pagar marqueteiro. É uma
aliança para ajudar a transformar o Brasil”, disse.
Marina defendeu que o
compromisso é o melhor antídoto para o medo de enfrentar situações difíceis. A
presidenciável defendeu uma campanha limpa, sem notícias falsas e sem destruir
biografias. Se comprometeu com as reformas da Previdência, tributária e
política, que acabe com a reeleição e incentive candidaturas independentes. Se
eleita, Marina também disse que pretende fazer uma revisão dos “pontos
draconianos” da reforma trabalhista que, segundo ela, seriam feitas a partir de
um diálogo com o Congresso. Reafirmou compromisso com programas como Bolsa
Família e Minha Casa, Minha Vida, além de melhorias no Sistema Único de Saúde.
O vice na chapa,
Eduardo Jorge, ressaltou a preocupação com a sustentabilidade e com o meio
ambiente. Nesse sentido, defendeu uma política para combater o aquecimento
global e o incentivo a uma alimentação segura e saudável, sem o uso de
defensivos agrícolas. “Os movimentos ambientalistas vieram para mudar, reformar
a forma como o capitalismo e o socialismo organizam o mundo”, disse. Ele
defendeu que Marina resolva não só os problemas de hoje, mas também tem que dar, um rumo, uma utopia
para o Brasil”.
Diversidade
Com o ator Marcos
Palmeira fazendo as vezes de mestre de cerimônia, a convenção foi marcada pela
diversidade. Na primeira parte do encontro, um pastor evangélico, uma mulher
negra e uma indígena intercalaram seus discursos sobre temas como protagonismo
cidadão, força das mulheres e raízes do Brasil, com apresentações culturais de
música e dança. Em uma delas, ao som de “mulher rendeira”, Marina e o Eduardo
dançaram no centro do palco, montado em formato de arena, em uma roda formada
só por mulheres.
Marina destacou que
seguiu pelo caminho da política, mas nunca abandonou seus estudos de
psicopedagocia e teoria psicanalítica, ao mesmo tempo em que se manteve
"uma pessoa movida a fé". "Fé para remover as montanhas que não
fui capaz de escalar", disse. E acrescentou: "Temos de escalar as
montanhas que for possível porque senão estaríamos pecando contra Deus".
Ao lembrar que venceu
dificuldades da pobreza e das doenças - malária, leishmaniose e contaminação
por metais pesados, afirmou: "Sou milagre da vida, [feito pelos] médicos e
Deus". Marina tem 60 anos e quatro filhos.
Perfil
Marina Silva nasceu em
uma pequena comunidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, município de Rio
Branco, no Acre.
Em 1984, Marina Silva
ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. No ano
seguinte, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi eleita pela primeira
vez a um cargo público nas eleições de 1988, quando foi a vereadora mais votada
de Rio Branco. Nas eleições de 1990, foi eleita deputada estadual. Nas eleições
gerais de 1994, foi eleita senadora, aos 36 anos, tendo sido reeleita no pleito
de 2002. Foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi candidata pela
primeira vez à Presidência da República, em 2010, pelo Partido Verde (PV). Em
2014, voltou a ser candidata pelo PSB, ficando em terceiro lugar pela segunda
vez com mais de 22 milhões de votos.
Agência Brasil
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