À frente do grupo que elabora propostas para o
Ministério de Educação de um eventual governo
de Jair Bolsonaro (PSL), o general Aléssio Ribeiro
Souto diz que “é muito forte a ideia” de se fazer
ampla revisão dos currículos e das bibliografias
usadas nas escolas para evitar que crianças sejam
expostas a ideologias e conteúdo “impróprio”.
Ele defende que professores exponham a
verdade sobre o “regime de 1964”, narrando, por
exemplo, mortes “dos dois lados”.
“É muito forte a ideia de revisão dos processos curriculares, das bibliograas.
Isso precisa ser muito cuidado para não termos absurdos que vimos na TV,
como a distribuição de livros que deixam qualquer mãe estupefata”, disse. Para
o general, “determinadas coisas são responsabilidade dos pais”, porque a escola
“não tem de influenciar
para uma direção ideológica”. “Estamos colocando
revisão completa dessas questões curriculares.”
Em relação à temática da ditadura militar, o general defende um debate “à luz
da liberdade”. “A questão de golpe é a menor. Há quem diga que o afastamento
da Dilma, feito no âmbito do Congresso, foi golpe. Mas sonegar para crianças o
que ocorreu? Não concordo”, disse. “Quando você trata dos problemas e das
mortes — e guerra traz mortes —, tem de tratar dos dois lados. Existe a verdade.
Ela nem sempre tem sido retratada”, acrescentou.
Para Aléssio Ribeiro, é preciso “orientar toda a cadeia de gestão” para solucionar
este problema. “Nós buscamos a paz e a harmonia através da democracia e de
praticar a verdade. E não usar mentira e canalhice. E aí é a mudança que o
Bolsonaro ofereceu ao povo e que foi acolhida majoritariamente”, disse.
Política de cotas
O general defende a “prevalência do mérito” e diz que, se sua ideia for aceita
por Bolsonaro, serão estudadas medidas “não traumáticas para substituir as
regras”.
“O país deve chegar ao momento que não precisará de cotas. É remendo. Mas
eliminar agora? É preciso equilíbrio. Que tal ensino complementar aos
desassistidos? Pobre branco de olhos azuis não tem direito?”, questionou.
Ex-chefe do Centro Tecnológico do Exército, o general Aléssio Ribeiro foi
chamado a coordenar debates de ciência e tecnologia, mas acabou acumulando
a área de educação “por anidade”.
Fonte: Veja
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