Segue em andamento na Polícia Civil a apuração
sobre o tiroteio entre policiais civis de Minas
Gerais e São Paulo. A Polícia Civil de Juiz de Fora
informou que foram apreendidos cerca de R$ 15
milhões nos carros do grupo de São Paulo. A
princípio, a maioria das notas seria falsificada.
Um policial civil de 39 anos de Juiz de Fora
morreu durante a ação. Um idoso de 66 anos e
um homem de 42 ficaram
feridos. Outros
envolvidos, entre 30 e 50 anos, foram conduzidos à Delegacia de Plantão no
Bairro Santa Terezinha.
Segundo o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), as malas estavam em
dois carros localizados no subsolo do estacionamento, um deles com uma mala
e um colete balístico; as outras seis contendo o dinheiro estavam em outro
veículo.
A Polícia Civil ainda não divulgou os motivos que trouxeram os policiais até Juiz
de Fora. Em depoimentos nas últimas horas, alguns deles armaram
ter sido
contratados para fazer a escolta de um empresário de São Paulo sem saber de
fato o que ele veio fazer na cidade. A identidade do suposto empresário não foi
divulgada, a Polícia investiga relatos de que ele teria deixado Juiz de Fora em
um jatinho.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur) da Prefeitura questionando se houve
alguma decolagem particular no Aeroporto da Serrinha após o registro da
ocorrência no estacionamento do hospital. "A AMD Services, empresa que
administra do Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), colabora com as
investigações e passou para a polícia todas as informações relativas a pousos e
decolagens realizadas no aeroporto na última sexta-feira (19)", explicou em nota
neste sábado.
O MGTV apurou junto à Polícia Civil de Juiz de Fora que foram conduzidos dois
delegados e nove investigadores da Polícia de São Paulo. Todos foram ouvidos
e autuados, mas não foi detalhado por qual crime. Eles devem ser
encaminhados para a audiência de custódia na tarde deste sábado e depois
serão transferidos para São Paulo.
Integrantes da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo chegaram à Delegacia
na manhã deste sábado (20). "O delegado divisionário da Corregedoria da
Polícia Civil de São Paulo está em Juiz de Fora em contato constante com a
Polícia Judiciária mineira para auxiliar pessoalmente nas investigações, a m
de
apurar todas as circunstâncias do caso. A Secretaria de Segurança Pública (SSP)
ressalta que não compactua com desvios de conduta de seus agentes e, caso
haja alguma irregularidade, os envolvidos serão responsabilizados", explicou o
setor em nota à imprensa.
Reforço
Policiais de Ubá e de Leopoldina vieram reforçar a equipe em Juiz de Fora no
trabalho da apuração do caso. A Polícia Civil de Minas Gerais aguarda a finalização
do procedimento investigatório para se posicionar sobre o caso.
O velório do policial civil Rodrigo Francisco, 37 anos, está em andamento na
capela 6 do Cemitério Municipal. O enterro será no mesmo local na tarde deste
sábado (20).
Segundo a assessoria do Hospital Monte Sinai, os dois internados foram
operados no Hospital. Um dos pacientes passou por cirurgia na sexta, está na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado. O quadro é grave, porém estável. O
outro passou por cirurgia no pé, está sendo assistido na rotina normal de
internação pós-cirúrgica em enfermaria. Não há previsão de alta. Por questão de
sigilo, o hospital não divulgou o nome dos feridos.
Tiroteio no subsolo do estacionamento
De acordo com o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), as equipes foram
acionadas após informações de um tiroteio no estacionamento no subsolo do
prédio anexo do Hospital Monte Sinai por volta de 16h. No local, a PM
encontrou o investigador Rodrigo Francisco morto. Segundo informações de
funcionários, outras duas pessoas ficaram
feridas e foram socorridas no mesmo hospital. O registro da PM enumera ainda que outros dois carros foram
danificados
pelos disparos.
Durante o registro da ocorrência, houve uma confusão na viatura da Polícia Civil
de Juiz de Fora porque alguns dos agentes de São Paulo não queriam entregar
as armas.
Segundo a Polícia Civil, quatro deles fugiram após a ocorrência no hospital. Eles
foram capturados no início da noite em um carro branco, descaracterizado.
Em entrevista na noite de sexta-feira (19), o chefe do 4º Departamento de
Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira contou as informações iniciais apuradas
sobre a ocorrência.
"O que a gente ficou
sabendo é que eles (os policiais mineiros) estavam
trabalhando e viram os elementos abordando uma pessoa, salvo engano, com
armas. Ele se identificaram
como policiais e foram para abordar. E tinha mais
elementos do outro grupo na retaguarda, na cobertura, e começou a troca de
tiros", disse o delegado.
Conforme Silveira, ainda não havia informações sobre quem atirou e o motivo
do grupo estar em Juiz de Fora. Segundo ele, não houve comunicado da Polícia
Civil de São Paulo sobre a presença de policiais paulistas em Minas Gerais.
A assessoria do Hospital Monte Sinai divulgou nota neste sábado sobre a
ocorrência. Destacou que presta atendimento aos feridos e colabora com as
investigações. "A instituição não pode falar sobre o episódio de violência, pois
desconhece o que aconteceu de fato. Mas, até onde se pode julgar, o fato que
aconteceu nas dependências do Complexo poderia ter acontecido em qualquer
lugar. Prestamos socorro aos feridos e estamos colaborando com as
necessidades de investigação da polícia para que tudo seja esclarecido o mais
rápido possível", diz o texto.
Funcionários de um hotel próximo ao hospital onde a ocorrência foi registrada
confirmaram
ao MGTV que seis policias civis de São Paulo estavam hospedados
no estabelecimento desde a última quarta-feira (17). A direção do hotel explicou
que não irá se pronunciar sobre o caso.
Fonte: G1
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