O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), arquivou um dos
inquéritos que tramitam na corte sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), no
qual ele era suspeito de ter maquiado fatos ilícitos dos tucanos a fim
de
esconder a relação do partido com o Banco Rural durante a CPMI dos Correios, em 2005.
Gilmar, relator do inquérito, atendeu à
procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
que se manifestou pelo arquivamento. Para ela, a
Polícia Federal não encontrou provas que
corroborassem a delação do ex-senador Delcídio
do Amaral, que acusou Aécio.
A decisão do ministro é da última sexta-feira (19),
mas foi divulgada no site do Supremo nesta terça (23).
Segundo Delcídio, que presidiu a CPMI dos Correios, Aécio enviou o então
deputado federal Eduardo Paes (hoje no DEM-RJ) para negociar com ele para
que o Banco Rural enviasse dados maquiados sobre empréstimos feitos aos
tucanos. À época, Aécio era governador de Minas. O indiciamento de Paes já
havia sido descartado pela PF.
Delcídio disse em seu acordo de delação que chegou a se reunir com Aécio no
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, para negociar a exclusão de alguns
alvos da CPMI. O ex-senador disse também que Aécio e seu vice, Clésio
Andrade, ofereceram vantagens ilícitas a ele em troca da maquiagem e da
exclusão.
Em sua manifestação ao STF, em setembro, Dogde disse que a PF apresentou
relatório armando
que, "no início do segundo semestre de 2005, por
intermédio de pessoa não plenamente identificada,
Aécio Neves da Cunha e
Clésio Andrade ofereceram vantagem indevida a Delcídio do Amaral para que
este, na condição de presidente da CPMI dos Correios, viabilizasse o
retardamento e a inadequação de remessa pelo Banco Rural de informações
bancárias envolvendo as empresas de Marcos Valério".
No entanto, a procuradora-geral sustentou que a PF não tem perspectivas de
encontrar provas.
Outro inquérito sobre Aécio, também sobre fatos antigos, foi arquivado pelo
relator, Gilmar, em junho. Naquele caso, o senador tucano era suspeito de
lavagem de dinheiro e corrupção passiva em um suposto esquema de
corrupção na estatal do setor elétrico Furnas. Essa investigação também havia
sido aberta na esteira da delação do ex-senador Delcídio.
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