O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quinta-feira (1º) que chegou
ao poder "graças às mídias sociais" ao ser questionado sobre o papel da imprensa
e os atritos com jornais como a Folha de S.Paulo, que levaram o próprio vice, o
general Hamilton Mourão (PRTB), a declarar que os jornalistas não deveriam ser
vistos como "inimigos".
Na visão dele, "quem vai fazer a seleção de qual imprensa vai sobreviver ou não é a
própria população". "A imprensa que não entrega a verdade nos seus jornais, nas
televisões e no alto-falante das rádios, vai ficar para trás", completou.
Ao exaltar a força das redes sociais, Bolsonaro disse que "hoje em dia a imprensa
está muito diversificada". As declarações foram dadas em entrevista coletiva na
tarde desta quinta-feira (1º), na casa dele, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio
de Janeiro.
Jornalistas ficam de fora de entrevista
Houve protestos em relação à seleção dos jornalistas. Jornais impressos de grande
porte, agências internacionais e outros veículos de comunicação não constaram na
relação feita pela equipe de Bolsonaro. A maioria das autorizações era para
emissoras de TV. Dois portais também conseguiram acesso, entre os quais o UOL.
Esta foi a primeira coletiva de Bolsonaro após a eleição, no último domingo (28 de
outubro). Na tarde desta quinta, ele também deu entrevista para emissoras de TV e
jornais de cunho religioso.
Confrontado com a insatisfação dos profissionais que ficaram na portaria do
condomínio, Bolsonaro respondeu que prestigiava os que ali estavam e que não
havia determinado qualquer restrição.
"Ah, não sei, quem marcou isso [entrevista] não fui eu...", disse. "Espaço físico [o
local designado para a coletiva era pequeno]. Eu tenho consideração por vocês
aqui. Eu não mandei restringir ninguém, não."
Fonte Folha de São Paulo
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