RIO DE JANEIRO Um dia depois de ter recebido um cabeleireiro em casa, o
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deixou seu condomínio na Barra da
Tijuca na manhã deste sábado (3) para um novo corte.
Bolsonaro saiu de casa às 9h30, sem divulgar a agenda para a imprensa.
Segundo um assessor, o sigilo era por questões de segurança. O
deslocamento de 30 km foi feito sob forte esquema de segurança, com
batedores do Choque e policiais federais fortemente armados.
Uma hora depois, uma multidão já o esperava em frente ao salão HJM, na rua
Divisória, no bairro de Bento Ribeiro. Ele entrou no local sob aplausos e
gritos de “mito”, “eu vim de graça” e “Bolsonaro, cadê você? Eu vim aqui só
para te ver”.
Ele foi visitar o amigo e cabeleireiro Antônio Oliveira, que mantém um salão
na mesma rua desde 1970. Segundo ele, Bolsonaro frequenta seu
estabelecimento há 26 anos.
Enquanto tinha o cabelo novamente cortado, Bolsonaro preencheu um
bilhete da Mega-Sena. Ele, que é antigo morador do bairro, mostrou-se
simpático e à vontade no local. Disse em tom de brincadeira que não iria
dormir na cadeira durante o corte “porque pegaria mal”.
Seu Antônio se disse emocionado com a visita do presidente eleito.
“Uma pessoa que conheço há tanto tempo, chegar onde ele chegou...”
Ele disse que Bolsonaro o procura até hoje, mesmo morando a 30 km dali,
por seu trabalho, pelo ambiente e por seu atendimento.
“Por isso ele vem aqui. Na casa dele fui em maio e junho”, disse.
No pequeno salão, que tem espaço para até oito pessoas serem atendidas
simultaneamente, o corte masculino custa R$ 28,00.
Questionado sobre por que do novo corte, já que Bolsonaro havia recebido o
cabeleireiro Maxwell Gerbatim em casa na sexta (2), seu Antônio respondeu
com um sorriso: “Essa parte não vou explicar, não. Só sei que compareceu
aqui hoje.”
Ele disse ter sido avisado por um policial militar, logo pela manhã, sobre a
visita do presidente eleito.
Seu Antônio disse não ter sido convidado para ir a Brasília para cortar o
cabelo de Bolsonaro, mas se mostrou disposto a atendê-lo na capital federal.
“Não falou nada. Mas, se me chamar, continuo cortando o cabelo dele. Vou
[até Brasília].”
Ele explicou que o cabelo do presidente eleito é muito fino, o que exige um
corte específico.
“Eu usei o desfiador. O cabelo dele é muito fininho, tem partes que tem de
dar uma leveza”, explicou o cabeleireiro, que tem 49 anos de profissão.
Depois de deixar o salão, Bolsonaro foi à casa onde morou no bairro, a 150
metros do local. Ele passou cerca de 40 minutos em um sobrado verde onde
criou 3 dos seus 5 filhos e que depois foi transformado em uma espécie de
comitê político.
A Polícia Federal bloqueou os dois acessos da rua e apenas moradores
puderam passar. Em pouco tempo, formou-se um grupo de apoiadores nos dois extremos.
Assessores do presidente eleito não disseram com quem ele se reuniu na
casa, apenas afirmaram que o imóvel ainda é mantido por ele.
Nos últimos dias, o presidente eleito tem cuidado da imagem, antes de
começar a transição de governo. Na sexta (2), ele tirou medidas para o terno que usará na posse.
Fonte UOL
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