Após os episódios dos milagres, no fim do século XIX, Juazeiro do Norte começou a receber centenas de visitantes. Muitos viajavam para pedir conselhos e ajuda espiritual e material ao Padre Cícero. Uma porção de terras para trabalhar já era suficiente para se instalar no povoado. E muitos ficaram até a morte.
Por isso, o "Padim" estimulou que os romeiros visitassem seus entes queridos sepultados na cidade. Surgiu, então, a Romaria de Finados, que se intensificou após a morte do sacerdote, em 1934, e hoje é a maior do Município.
Este ano, cerca de 200 mil pessoas visitaram Juazeiro do Norte durante o evento religioso. O movimento se intensificou a partir do dia 29 de outubro e foi até ontem (2), Dia de Finados. Duas celebrações emocionantes marcaram a despedida dos romeiros nessa sexta-feira.
A primeira missa, pela manhã, reuniu milhares de fiéis no largo da Capela do Perpétuo Socorro, onde Padre Cícero está sepultado. Já ao meio-dia, a tradicional bênção dos chapéus finalizou os festejos na Basílica de Nossa Senhora das Dores.
Neste período de Romaria, a população do Município quase dobra e, por isso, o poder público tem que adotar várias medidas. A Secretaria de Turismo e Romaria espalhou pelos principais pontos visitados os "agentes de romaria" para dar orientações aos visitantes. Além disso, unidades de saúdes móveis estiveram disponíveis na Colina e na Basílica de Nossa Senhora das Dores.
"Não sei se podemos mais caracterizar essa ou as outras como as maiores. Hoje, a romaria tem forma permanente, romeiros vêm todo ano. Temos equipes fixas, parceria com poder público, autoridades do setor de segurança", conta Cícero José da Silva, pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores.
O sacerdote exemplifica essa continuidade, citando que neste sábado (3), mais 500 pessoas de Salgueiro (PE) desembarcam no Município. "O povo vem a Juazeiro renovando o compromisso da experiência dos romeiros", completa.
Restos mortais
Na Capela do Socorro, centenas de romeiros se apertaram para ficar próximos de onde estão os restos mortais do Padre Cícero. Lá, cada um deixa sua homenagem com flores, fotografias. Alguns não conseguem conter a emoção e choram aos pés do santo popular. A aposentada Maria Santos, de Caruaru (PE), tocou o túmulo do Padre Cícero, com um terço e uma fotografia. "Isso abençoa. A gente vê os milagres acontecendo".
Fonte Diário do Nordeste
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