O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, disse, nesta segunda-feira, durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que a base de apoio do futuro governo na Câmara pode chegar a 350 deputados. O ministro avaliou ainda que a base no Senado terá mais de 40 parlamentares e incluiu o PSDB nas estimativas. Ele confirmou ainda que a estrutura do novo governo contará com 22 ministérios.
"Se a gente somar todos que têm sinalizado que poderão estar conosco, podemos chegar a 320, 330 e até 350 deputados", disse Onyx a jornalistas.
O deputado reeleito voltou a dizer que no governo não haverá o "toma lá, dá cá" e que os parlamentares serão atendidos através de suas bancadas, frentes e seus Estados. "Somos capazes de entender se parlamentar não puder votar a favor de determinada matéria", completou.
Mourão
O ministro extraordinário negou que o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), ficará com a coordenação dos ministérios do novo governo, como chegou a ser estudado. Caso isso ocorresse, a função de Onyx no comando da Casa Civil ficaria esvaziada, já que a pasta é atualmente possui essa atribuição.
"O vice-presidente tem uma missão constitucional. Mas o Mourão vai ajudar em muitas áreas", respondeu Onyx ao ser indagado sobre a possibilidade. Segundo ele, Mourão tem de ficar "plenamente disponível para substituir o presidente" eleito Jair Bolsonaro em caso de necessidade.
Logo no início do mandato, em janeiro de 2019, Mourão assumirá a Presidência após cirurgia de Bolsonaro para retirada da bolsa de colostomia. A cirurgia foi adiada para o próximo ano após exames médicos do presidente eleito feito em novembro indicarem uma inflamação. Mourão também assume a função em caso de viagens oficiais.
Inicialmente, a ideia de colocar Mourão para coordenar os ministérios serviria para liberar Onyx para a articulação política com o Congresso. A estrutura também daria mais poderes ao general Mourão e poderia facilitar o diálogo.
Na avaliação de aliados, como o governo será comandado por um militar reformado do Exército, colocar Mourão à frente da coordenação da Esplanada seria uma forma de dar ao vice-presidente eleito ascendência sobre os demais titulares do primeiro escalão para cobrar resultados.
Estrutura
Onyx apresentou o desenho do novo governo, com 22 ministérios - que conta com sete pastas a mais do que o presidente eleito prometeu durante a campanha (15). Até o momento, Bolsonaro anunciou 20 nomes e falta definir quem vai chefiar as pastas do Meio Ambiente e Direitos Humanos. Onyx disse que os nomes podem ser divulgados esta semana ou não.
De acordo com o ministro, a equipe de Bolsonaro começou a formular a estrutura em setembro do ano passado, sob comando de Abraham Weintraub, que vai assumir a secretaria executiva da Casa Civil.
Onyx disse ainda que amanhã o presidente eleito vem a Brasília e começa a conversar com as bancadas dos partidos sobre "novo relacionamento" com o Congresso.
"Amanhã começamos a conversar com as bancadas para estabelecer com clareza a forma como vai ser o novo relacionamento. Todos vocês são testemunhas de aonde nos levou o presidencialismo de coalizão, o toma lá, dá cá", disse o futuro chefe da Casa Civil
O futuro ministro afirmou que não pode apresentar divisão por secretarias porque o ajuste fino é complexo. "Queremos acabar com sombreamento (entre ministérios), temos muito trabalho", disse.
Diário do Nordeste
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