O incêndio de 24 veículos na madrugada do último sábado (5) na garagem e oficina da Prefeitura de Ibaretama, no Sertão Central, prejudicou o funcionamento de vários serviços prestados à população.
Um deles, o transporte de pacientes para hemodiálise na cidade vizinha, Quixadá, e para Fortaleza, foi normalizado com transportes emprestados, conforme explicou o prefeito, Edson Moraes.
O gestor se reuniu com a cúpula do Governo do Estado a fim de solicitar auxílio financeiro. "O incêndio criminoso afetou todos os órgãos do Município", pontuou Edson. Entretanto, a preocupação maior no momento está no início do ano letivo. Faltam pouco mais de duas semanas. Todos os ônibus escolares foram destruídos pelo fogo. Caso não ocorra substituição na frota dos transportes coletivos, mais de 1.200 alunos da rede municipal terão o início letivo das aulas adiado.
Para minimizar o problema, uma das alternativas utilizadas foi o encaminhamento de ofícios para todas as secretarias do Estado determinando "redução nos custos".
Estimados em mais de R$ 4 milhões, os danos representam quatro vezes o valor mensal da folha de pagamento dos servidores do Município. "Essa realidade impossibilita a aquisição de novos veículos com recursos próprios", ressaltou Moraes. Sobre os números exatos do prejuízo, o diretor do Departamento de Transportes do Município, Iran Viana, explicou que ainda estão sendo levantados. Todavia confirmou serem superiores a R$ 4 milhões, estimativas apontadas pelo gestor municipal no dia do ataque.
"O prejuízo só não foi maior porque a ambulância novinha, recebida no fim no ano, estava guardada em outro local. Considerando a importância do transporte de emergência, esses valores são incalculáveis. A vida de um paciente não tem preço".
A população do pequeno município, com pouco mais de 12 mil habitantes, se mobilizou contra o ataque atribuído a facções criminosas. O aposentado Antônio Queiroz cedeu seu automóvel para as necessidades diárias da Prefeitura até a chegada de novos veículos. Além dos nove ônibus, seis carros - para serviços de assistência social e atendimento administrativo - foram totalmente queimados.
Investigações
Os moradores também pedem "investigação rígida". A dona de casa Maria de Fátima Rabelo se mostra espantada com o crime. Para ela, "não justifica alguém se revoltar contra a Polícia e descontar na população. Além de covardes, poderiam ter causado até a morte dos vizinhos da garagem onde as labaredas subiram mais de cinco metros".
A Polícia Civil mantém os trabalhos sob segredo, já que as suspeitas apontam para moradores da cidade, conforme antecipou o delegado Ícaro Coelho, à frente da Delegacia Regional de Quixadá, responsável pela apuração do caso. Ele garantiu que os ataques na região estão sendo elucidados e os criminosos presos. "Já evitamos outros ataques que estavam planejados", concluiu o delegado Ícaro Coelho.
Fonte DN
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