Após o decreto assinado nesta terça-feira (15) pelo
presidente Jair Bolsonaro (PSL) que flexibiliza a posse de
arma de fogo no Brasil, comerciantes e donos de clube de
tiro em Juazeiro do Norte e região do Cariri se preparam para
uma demanda que tende a crescer.
Há três décadas no mercado, a Ximenes Caça e Pesca parou
de vender arma de fogo em 2009. Desde então apostou na
variedade dos produtos para suprir uma entrada de capital
que, nos anos 90, era preenchida pela venda de cerca de 300
armas por mês. Hoje, por exemplo, oferece 80 modelos
diferentes de carabina de pressão, uma das maiores ofertas
do nordeste.
Nos últimos 15 dias, desde a posse de Bolsonaro, o
proprietário Maximiano Ximenes passou a receber ligações
todos os dias de clientes que procuram saber sobre a volta
das armas no balcão da loja. Para isso, no entanto, é
necessário um trâmite burocrático que envolve a participação e fiscalização do Exército.
Em conversa com o Miséria nesta quarta (16), Ximenes
esclarece que o investimento na documentação e na
reestruturação da loja para voltar a comercializar pistolas e
revólveres seria coberto pelos custos da alta demanda. Ele
decidirá junto à família de volta para o ramo definitivamente.
Apesar do forte potencial de se tornar mais uma vez um dos
maiores comerciantes de armas de fogo no interior do Ceará,
o empresário diz estar dividido sobre a real efetividade na
mudança dos índices de violência após a flexibilização da
posse. Para ele, a violência doméstica deverá ser observada e
o novo cenário requer reflexão sobre questões delicadas.
Clube de tiro
Para Danilo Diógenes, dono do clube de tiro Gun House em
Juazeiro do Norte, a nova realidade muda, na prática, pouca
coisa. A maior vantagem para o ramo é que agora mesmo as
pessoas mais esclarecidas como médicos, empresários e
pessoas da classe A sabem que é possível ter arma em casa.
De acordo com Danilo, que é um dos dois únicos instrutores
de tiro certificados do Cariri, a exposição na mídia sobre o
assunto fez com que o fato de ser permitido ter porte de
arma fosse amplamente divulgado.
"O meu celular não para de tocar desde ontem", diz. A
procura pelo tiro esportivo e o agendamento para
treinamento no clube de tiro aumentou consideravelmente
segundo o empresário. Além de Danilo, apenas a sua esposa,
Daniele Diógenes, consta como instrutora certificada para
iniciar aulas de tiro na região.
Fonte: Miséria
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