O sequestrador do ex-arcebispo de
Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, Antônio Carlos Sousa Barbosa, o 'Carioca',
de 52 anos, está em liberdade desde dezembro do ano passado. No entanto,
conforme apurou a reportagem, ele já teria se envolvido em um tiroteio e ficado
ferido em uma suposta reunião de pacificação entre facções criminosas na noite
da última terça-feira (29), na Comunidade do Oitão Preto, bairro Moura Brasil,
em Fortaleza.
A Secretaria da Segurança Pública
e Defesa Social (SSPDS) disse que a ocorrência não foi registrada na
Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). A reportagem não
conseguiu contato com o advogado de defesa de 'Carioca' para obter informações
sobre o estado de saúde dele.
Antônio Carlos, que já cumpriu uma
pena de 29 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de roubo e extorsão
mediante sequestro, estava preso desde maio de 2017. Na última prisão, ele, que
seria integrante de uma facção criminosa, foi detido com mais sete homens após
uma tentativa de resgatar detentos da Casa de Privação Provisória de Liberdade
Professor José Jucá Neto (CPPL III).
'Carioca' foi indiciado pela
Polícia e denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por
associação criminosa, receptação e posse ilegal de arma de fogo. No entanto, a
Justiça estadual condenou o sequestrador apenas pelo último crime a uma pena de
cinco anos e oito meses em regime inicial semiaberto.
Progressão
Em novembro do ano passado, o
advogado de Antônio Carlos solicitou à 2ª Vara de Execução Penal a progressão
do regime semiaberto para o regime aberto. O detento estava recluso no
Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO) II, em Itaitinga, na Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF).
O bom comportamento carcerário de
'Carioca' foi usado pela defesa como argumento para garantir o benefício. O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) opinou pela concessão da
liberdade. Em dezembro do ano passado, o Juízo da 2ª Vara de Execução Penal
autorizou a progressão do regime.
Antônio Carlos está envolvido em
crimes desde os 18 anos, de acordo com registros oficiais. Em março de 1994,
'Carioca' teve visibilidade internacional. Sob sua liderança, 14 detentos do hoje
extinto Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Aquiraz, se rebelaram e
fizeram 13 reféns, incluindo o então arcebispo de Fortaleza Dom Aloísio. Após o
evento, os presos fugiram da unidade. 'Carioca' foi preso e acabou condenado
pela 2ª Vara da Comarca de Aquiraz a sete anos e seis meses de reclusão. Após
dois anos, o detento liderou outra rebelião.
Ele ainda chegou a ser mandado
para São Paulo, onde ficou recluso na Penitenciária Presidente Venceslau.
Fonte DN
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