No Ceará há milhares de barreiros, pequenos e médios
açudes construídos em fazendas, represando riachos e
córregos. A ampla maioria é feita sem acompanhamento
técnico por engenheiro e empresa especializada em obra
hidráulica e geologia. O risco de rompimento da estrutura é
permanente quando ocorrem pesadas chuvas.
Um exemplo mais recente ocorreu em Solonópole, no Sertão
Central. Um açude que barrava o riacho Zé Nunes, construído
na Fazenda Vila Zenaide, arrombou, e por pouco não ocorreu
uma tragédia. O reservatório cava a apenas 3 km da cidade.
Nos últimos anos, graças a financiamento dos bancos oficiais
- Banco do Brasil e Banco do Nordeste houve um aumento na
construção de açudes em fazendas. A necessidade de reserva
de água agravada no atual ciclo de chuvas abaixo da média
histórica, iniciado em 2012, impulsionou a construção de
pequenos reservatórios nas propriedades.
Não é fato raro destruição de açudes em períodos chuvosos.
"A cada inverno e quando ocorrem chuvas intensas pequenos
açudes vão embora (arrombamento)", disse um construtor,
que pediu para não ser identificado. "Em 2014, por causa de
uma chuva de mais de cem milímetros, quatro foram
destruídos em sequência, no Município de Cedro". Ele contou
que construiu os reservatórios sob orientação de um prático.
"Nunca engenheiro ou agrônomo visitou a obra. Estava só no
papel"
Fonte Miséria
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