O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) – através do
Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Mucambo – e
a Polícia Civil do Ceará, em desdobramento da terceira fase da
Operação Sales, cumpriram, na manhã desta quinta-feira (16),
mandado de prisão em desfavor do vereador André Luis de Sousa Gonçalves, o André da Coelce, em Mucambo.
A medida foi determinada pelo juiz Cristiano Sousa Carvalho e
tem fundamento na garantia da instrução criminal tendo em
vista que conversas captadas durante interceptação telefônica
legalmente autorizada, deixam evidente a interferência ativa do
parlamentar municipal nas investigações.
Segundo MP, o vereador atuava como um verdadeiro “braço”
de Wilebaldo Aguiar, ex-prefeito de Mucambo e que, segundo
os promotores de Justiça, chefiava o esquema criminoso de
locação de veículos. Wilebaldo, que está preso
preventivamente, mantinha-se informado sobre os
depoimentos prestados por meio de informações repassadas
por André Luis, mantendo contanto também com a esposa
deste, conforme indicam as interceptações.
As investigações apontam que o vereador participava do
esquema criminoso do ex-prefeito e era o responsável por
organizar a documentação e realizar transferências dos veículos
pertencentes a Wilebaldo.
A prisão do vereador é um desdobramento da Operação Sales
tendo sua primeira fase sido deflagrada em 22 de novembro de
2018 onde foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão
nas cidades de Mucambo, Sobral, Fortaleza, Pentecoste, Pacujá,
Ubajara e Graça, bem como quatro mandados de prisão, sendo
duas prisões preventivas e duas prisões temporárias. A operação
contou com a participação de 12 promotores de justiça e cerca
de 100 policiais civis.
A segunda fase da operação ocorreu dias após a primeira, em 29
de novembro de 2018, com o cumprimento de mandados de
busca e apreensão em galpões localizados no município de
Mucambo, onde foram apreendidos veículos de propriedade do
ex-prefeito Wilebaldo Melo Aguiar que faziam parte do
esquema de locação e desvio de dinheiro público naquele
município.
A investigação apura fraudes licitatórias, peculato, lavagem de
dinheiro e organização criminosa em procedimentos licitatórios
de locação de veículos para a Prefeitura de Mucambo, referente
aos anos de 2013 a 2016, além da prática de atos de improbidade administrativa que geram enriquecimento ilícito e lesão ao
erário.
Fonte Miséria
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