Presos motoristas de carropipa acusados de fornecer água de origem duvidosa no Cariri; assista

Três homens foram presos em agrante por volta das 8 horas desta quarta-feira (5) durante barreira da Polícia Militar em Salitre, suspeitos de fraude no projeto Operação Pipa, do Governo Federal. Eles foram conduzidos para a sede da Polícia Federal em Juazeiro ao meio dia, onde prestaram depoimento, e transferidos no início da noite para a cadeia pública.
Os motoristas José Rodrigues de Sousa Neto, 25, natural de Tamboril; Jorge Luiz Dantas Silva, 37, de Quixadá e Antônio Flávio Soares Dantas, 46, de Tauá, trabalham transportando água em carros-pipa para locais sem abastecimento em Salitre e cidades do entorno.
A polícia tem indícios de que os homens estariam buscando a água em um local não credenciado, e, portanto, sem autorização do Exército Brasileiro, órgão que regula nacionalmente a Operação Pipa.
Os homens teriam a prática de mudar a rota para uma fonte de água mais próxima da cidade, o que economizaria combustível.
De acordo com o delegado Ricardo Matias, em entrevista exclusiva ao Miséria, para burlar a fiscalização, os aparelhos de GPS que monitoram as rotas de ao menos 10 caminhões pipa foram instalados em apenas dois, todos os outros veículos buscavam água na fonte não autorizada, e apenas um fazia a rota regular para abastecer no local credenciado.
A prática, segundo o delegado, tem como função principal economizar combustível da maioria dos caminhões que buscava água na sede do município, enquanto apenas dois iriam até o local autorizado, a 70 km, aumentando o lucro da empresa ou dos pipeiros cadastrados individualmente.
Os homens poderão responder por estelionato por conta da fraude ao programa do governo e formação de quadrilha. Segundo o delegado, outros crimes poderão incorrer no inquérito visto que a água colhida em postos não autorizados são de qualidade duvidosa, o que pode acarretar problemas de saúde pública no município.
Uma audiência de custódia deve acontecer nesta quinta-feira (5), onde um juiz deverá decidir se os suspeitos deverão responder em liberdade ou ter prisão preventiva decretada.
O advogado de defesa de um dos presos, Ary Feitosa, contesta a tese da polícia e diz não entender que houve fraude, visto que os acusados foram pegos no percurso e não no destino final, onde abasteceriam os caminhões.
Fonte Miséria



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