Ela
dava "trabalho" quando era deputada estadual. Era conhecida por
brigar para levar trator e energia aos municípios onde era votada. Depois de
três mandatos, continuou na cena política, dessa vez, como primeira-dama de
Santa Quitéria, até descobrir um câncer no colo do útero. Perto de completar 66
anos, Cândida Figueiredo disse em entrevista ao Diário do Nordeste que se curou
"pela fé", mas admite ter hoje "menos fôlego" para a vida
pública.
Se antes Cândida
andava de casa em casa, visitando os eleitores, agora, a ex-parlamentar se
limita a sair pela manhã, para evitar o sol forte de Santa Quitéria. Todo esse
cuidado começou, em 2015, quando teve uma hemorragia. Ela foi ao médico e
detectou um câncer de alto grau no útero. Uma doença, conta ela, que a "humilhou"
muito.
"Porque lhe
deixa fragilizada. Você acha que vai morrer. A quimioterapia lhe maltrata
muito. Você vomita, tem problemas de intestino, está sempre enjoando, fica sem
cabelo e isso abala muito o emocional da mulher. Eu digo que é muito importante
ter o apoio da família. Isso é melhor do que qualquer remédio".
Felizmente,
Cândida detectou o câncer a tempo de ele não se espalhar para outros órgãos.
Até hoje ela faz tratamento e está em fase de "observação", mas
garante que se curou. "Atribuo a cura à minha fé, à fé dos meus amigos e
amigas de Santa Quitéria. Muita gente rezou por mim e continua rezando".
Rotina
Mas nem sempre
Cândida Figueiredo recebeu solidariedade no meio. Quando perdeu o cabelo e
usava turbante, teve que lidar com comentários maldosos nas redes sociais, do
tipo: "Virou macumbeira". "Lógico que, na política, você tem
adversários. Todos sabiam que eu estava em um processo de quimioterapia, mas
isso ocorreu porque era uma cidade pequena", considera Cândida.
Na verdade, o
que mais a afetou foi o "freio" que precisou dar nas atividades
públicas. Para quem era vista com frequência no interior, a esposa do prefeito
de Santa Quitéria, Tomás Figueiredo (MDB), diminuiu o trabalho voluntário em
projetos de assistência social e de educação. A primeira-dama conta que ela não
tem mais a mesma resistência de antes.
"Eu andava
de casa em casa, onde tivesse criança doente. Hoje, sou voluntária da
assistência social, damos apoio às creches, mas diminuímos bastante (as
atividades). Eu vou para Santa Quitéria, passo uma semana e uma semana aqui (em
Fortaleza) descansando. Saio para fazer visita pela manhã e tenho que me educar
de estar em casa às 12h, porque o calor deixa você com fadiga. Se eu me esforço
demais, fico muito cansada".
Quando fala
sobre si, confessa que a Cândida de hoje é "muito mais lenta" e
gostaria de ter mais ânimo. Por outro lado, se considera muito mais
"grata". "Por estar viva, pela oportunidade que Deus me deu de
acompanhar a minha família, ver os meu netos".
Já que o mês de
outubro é de conscientização para a prevenção ao câncer de mama, alerta:
"Faça suas revisões. A prevenção é muito importante e, se descobrir a
doença, não a esconda de ninguém. A maior parte das pessoas vai lhe dar força
através do pensamento e da oração. Você pode voltar à vida normal, desde que
comece a se tratar cedo".
Fonte DN
0 Comentários