O Ministério Público do Ceará deflagrou uma operação contra
fraudes em licitações no município de Assaré, na região sul do Ceará, na
madrugada desta quarta-feira (4). Foram cumpridos treze mandados de busca e
apreensão na sede da prefeitura e em empresas localizadas no mesmo município,
em Juazeiro do Norte e em Fortaleza. Os principais alvos são o prefeito da
cidade e o filho dele, que é chefe de gabinete da gestão municipal. Uma pessoa
foi presa por porte de arma de fogo.
Foram apreendidos celulares, documentos e aparelhos
eletrônicos nos locais onde as ordens judiciais foram cumpridas, incluindo as
residências do prefeito Evanderto Almeida e do chefe de gabinete, Paulo Paiva
Almeida, que é filho do gestor. Além disso, foram alvos imóveis de empresários,
não identificados.
Segundo o promotor de justiça Fábio Manzano, foram
encontradas licitações feitas pela Prefeitura de Assaré com valores na casa dos
milhões. Segundo ele, os lastros econômicos dos sócios e proprietários
envolvidos não correspondem com o ganho declarado das empresas. "Uma
empresa recebeu R$ 3 milhões, outra pouco mais de R$ 1 milhão. São valores
altos para um município pequeno como Assaré", afirma Manzano.
Durante a operação, um empresário do ramo da construção
civil foi preso por porte ilegal de arma de fogo. Equipes da Polícia Civil do
Juazeiro do Norte, Crato e outros municípios da região dão suporte ao trabalho.
De acordo com o Ministério Público, as investigações indicam
que houve desvio de dinheiro em diversas contratações, como fornecimento de
combustíveis, obras e locação de veículos. O crime de peculato possivelmente
foi realizado pelo prefeito, ainda segundo o órgão.
Em novembro de 2018, o Ministério Público pediu o
afastamento de Evanderto Almeida por nepotismo. Trabalhavam como servidores da
Prefeitura de Assaré a companheira, o filho, noras, sobrinha e a cunhada de
Evanderto. Em agosto daquele ano, foi determinado a indisponibilidade de bens
do prefeito e da companheira, após a transferência ilegal de R$ 30 mil da conta
do município para a dela.
A Operação intitulada 'Coisas de Pai' é realizada pela
Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e
teve apoio de promotores de Justiça da região do Cariri. G1.
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