Parlamentares cobram fiscalização intensa na volta de atividades

Parlamentares cearenses avaliam que a flexibilização progressiva das regras de isolamento para a retomada de atividades econômicas no Ceará exigirá intensa fiscalização do poder público estadual, para evitar uma segunda onda de contágio da Covid-19. Além disso, deputados federais e estaduais apostam na conscientização da população quanto à continuidade de medidas preventivas de isolamento e higienização para o enfrentamento ao novo coronavírus.
A decisão de afrouxar as regras de distanciamento social tem sido desafiadora para gestores públicos de todo o mundo diante de uma pandemia cujos efeitos ainda não são totalmente conhecidos. Além disso, o debate sobre medidas de combate à Covid-19, como o isolamento social, acabou sendo contaminado por questões políticas e até eleitorais.
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), reforça que o início do afrouxamento do isolamento para o setor econômico não deve incentivar as pessoas a desobedecer regras sanitárias. Por isso, defende maior fiscalização para evitar o avanço da doença.
O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) concorda que as regras não são impossíveis de serem cumpridas. "O que talvez complique um pouco é (trabalhar) por hora reduzida. Para a indústria, por exemplo, é fácil cumprir, você tem um grupo de funcionários entrando, em muitas já tem troca de fardamento, banheiros duplos", opina.
Ele também cobra fiscalização das atividades econômicas, principalmente do comércio. "O cara que não quer cumprir, a população tem que cobrar que respeite as regras. Colocar barreiras, ver a quantidade de pessoas dentro da loja".
Para o deputado federal Jaziel Pereira (PL), aliado do presidente Jair Bolsonaro e também contrário ao isolamento total, é preciso "chamar as pessoas para a responsabilidade". Apesar de muita gente ser flagrada descumprindo as regras do isolamento e nem sequer usando máscara, como é obrigatório no Estado, o parlamentar acredita que a desobediência ocorre porque foi uma medida adotada "de repente" e de forma "opressora".
Já a deputada estadual Fernanda Pessoa (PSDB) pondera que a reabertura da economia tem de ser gradativa e os cuidados preventivos nos locais de trabalho precisam ser fiscalizados. "Tem que ter álcool em gel, máscara, distanciamento das pessoas. Na indústria, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai ter que fiscalizar. Eu me preocupo muito com isso, de ter uma segunda onda (da Covid-19)".
O deputado estadual Elmano de Freitas (PT) acredita no grau de consciência da população sobre o tema, porém, alerta que, se os casos de Covid-19 aumentarem no Ceará, é preciso recuar do plano de flexibilização. "O Estado conta com as empresas, que se comprometam a ter condições sanitárias e não sejam mecanismos de proliferação do vírus".

DN

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