Bezerra explica que as fraudes, ocorridas desde 2013, se davam
a partir de “pessoas ‘laranjas’ como sócias das empresas ou
combinações de preços, propostas, conteúdos de propostas,
para ludibriar os cofres públicos e conseguir ganhar dinheiro
dessa forma”.
Segundo o promotor de Justiça, os ‘laranjas’ da quadrilha eram
“pessoas de baixíssima renda, sem qualquer condição
econômica, e formalmente donas de empresas com
faturamentos milionários. Enquanto os verdadeiros
proprietários estavam se locupletando, desviando recursos
públicos da Prefeitura”.
O nome da Operação, conforme Bezerra, “é uma referência
clara à objetividade de parte das empresas, que é o serviço de
alimentação. Um serviço que, muitas vezes, envolve uma
grande quantia de dinheiro para refeição a setores e eventos
públicos.
Eles se aproveitaram dessa magnitude do orçamento
justamente para fraudar e desviar recursos públicos”.
A Prefeitura Municipal do Eusébio informou, em nota, que
“está empenhada em adotar todas as medidas para assegurar a
moralidade na administração pública do Município”. “Sobre os
episódios ocorridos hoje (ontem), a administração municipal
acompanha atentamente para colaborar com a investigação e
coibir todas as eventuais falhas por ventura identificadas,
fortalecendo o princípio da transparência que norteia a atual
Gestão”, completa.
Mandados
O Ministério Público do Ceará, com o apoio do Departamento
Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil do Ceará (PCCE),
cumpriu, durante o dia de ontem, 26 mandados judiciais (sendo
sete mandados de prisão, 17 de busca e apreensão e dois de
afastamento da função pública) expedidos pela Justiça Estadual
do Ceará.
Um dos alvos de mandado de busca e apreensão foi a sede da
Prefeitura do Eusébio. Ao chegarem ao local, na manhã, os
investigadores se depararam com trabalhadores no local, que
foram realocados para a cantina para esperarem os trabalhos policiais.
A Guarda Municipal do Eusébio foi acionada para
impedir a entrada de outros funcionários que chegassem ao
prédio.
Além do Eusébio, os mandados também foram cumpridos em
Fortaleza, Aquiraz e Maracanaú. Ao total, foram apreendidos
R$ 46 mil em espécie – que estavam na residência de apenas
um empresário -, documentos, aparelhos celulares e
computadores. As identificações dos alvos da Operação não
foram reveladas pelo Ministério Público.
“O momento agora é de nos determos sobre esses documentos,
sobre as provas colhidas, analisar e verificar a responsabilidade
de cada investigado, para prosseguir tanto nas denúncias
criminais como na deflagração de outras medidas cautelares.
Não podemos descartar (mais prisões), porque as investigações
continuam”, finaliza o promotor de Justiça Flávio Bezerra.
Fonte: Diário do Nordeste
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