O sonho de cursar Medicina é o que faz com que Aldemir Freitas não desista da vaga conquistada na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), apesar da falta de recursos financeiros. Pertencente ao povo Pitaguary, o jovem de 21 anos passou na instituição pelo Enem 2020. Agora, para que o sonho se realize, um grupo de amigos promove uma campanha online de arrecadação de dinheiro.
A Unemat não era a primeira opção do jovem, pois está localizada a mais de 3 mil quilômetros de distância da sua casa, em Pacatuba, no Ceará. Mas ela era uma das universidades que disponibilizavam vagas de cotas para indígenas.
“Mesmo em plena pandemia eu fiz a prova do Enem. Mesmo com todas as adversidades que foi o ano de 2020 e cursando outra faculdade, de Odontologia, eu persisti. Meu sonho sempre foi Medicina, então, quando tinha um tempinho, intervalos entre aulas, férias, eu estudava para o Enem”
Aldemir mora com os irmãos e a mãe, que está desempregada. Apenas o pai, soldador elétrico, que mora em outra casa, trabalha e dá uma ajuda.
ORGULHO DO SEU POVO
Filho de mãe indígena, e considerando o baixo número de indígenas que tem a oportunidade de cursar o ensino superior no País, Aldemir se mostra orgulhoso de sua etnia e da representação que isso tem.
“Eu sou indígena Pitaguary, consegui passar na universidade por cota indígena e tenho muito orgulho disso. (Muito orgulho) de todo o meu esforço e de poder representar minha aldeia”, frisa o jovem.
O AMOR PELA MEDICINA
O jovem que terminou o ensino médio em escola pública, apesar de ter feito curso técnico em automação industrial na época, sempre soube que sua paixão estava na área da saúde. Ele também chegou a passar em Enfermagem na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), mas não se identificou com o curso.
A sua segunda tentativa foi Odontologia, também na UFCG, mas ele acredita está mesmo destinado à Medicina.
“A minha vontade de cursar Medicina é a questão de ajudar o próximo. E eu vi na Medicina, desde criança, o poder ajudar o próximo de forma mais ativa. De poder ir mais além, de dar um apoio, mas não para ver o indivíduo apenas como a doença, mas ver o ser humano completo. Não ser médico só por ser médico, mas ser médico para poder mudar a vida de alguém", compartilha.
Fonte: DN
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