Cinco pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de criação de agências lotéricas falsas foram presas, nesta quinta-feira (2), no Ceará durante a "Operação Foco", ação interestadual envolvendo as Polícias Civil cearense e do Pará.
O golpe fez vítimas em Itaitinga, Horizonte e Beberibe. Já no Pará, os estelionatários atuaram nas cidades de Belém e de Ananindeua. Não há informações sobre o número total de pessoas lesadas e qual o valor estimado de prejuízo.
Segundo informações das autoridades, divulgadas pelo portal G1, oito supostos envolvidos foram identificados e alvos de mandados de busca e apreensão, sendo cinco deles capturados até às 10h.
De acordo com Fernando Marcolino, titular da Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (DEOF), do Pará, a investigação policial aponta que, somando prejuízos de vítimas feitas em territórios paraense e paraibano — onde eles também realizaram golpes —, o valor chega a R$ 1 milhão.
A apuração conjunta indica que os criminosos iniciaram a aplicação das fraudes no município de Beberibe, no Ceará. De lá, o grupo seguiu outros rumos, chegando a abrir agência em Itaitinga e no Pará.
'CHEGUE E PAGUE'
Conforme Ana Paula Scott, delegada municipal de Beberibe, a Polícia identificou, no começo do ano, abertura de uma loja de "chegue e pague", correspondente bancário, no Centro da cidade. Eles utilizavam maquinário falso para realização do golpe.
Cerca de 50 vítimas buscaram as autoridades relatando que pagavam boletos e não percebiam compensação dias depois. "Estavam extremamente revoltadas, desesperadas, porque juntavam dinheiro para pagar os boletos, e eles não eram compensados", afirma, citando que o prejuízo à população local chegou a R$ 100 mil.
O grupo, porém, chegou a devolver valores à população após ameaças de linchamento, evitado pela Polícia Militar do Ceará (PMCE). Um adolescente acompanhado pelos pais, tido como responsável pela agência, chegou a ser apreendido, mas migrou para outro estado depois.
ATUAÇÃO NO PARÁ
No Pará, segundo Fernando Marcolino, foram criadas agências lotéricas em Belém e Ananindeua, o que causou problemas aos criminosos: a Caixa Econômica Federal (CEF) questionou o uso do termo "lotérica" no empreendimento, pois a expressão é de uso exclusivo do banco.
Além disso, pessoas buscavam a loja para fazer jogos, ato que não motivava interesse do grupo. O nome foi mudado para "agência" dois dias depois, sob alegação de "erro de gráfica".
O delegado aponta que os golpistas recebiam o dinheiro em espécie, emitindo comprovante com nome de empresa conhecida nacionalmente. Lá, o grupo chegou a ser credenciado de fato, embora tenha realizado fraudes. A empresa que credenciou o grupo será buscada durante a investigação.
Ao todo, o grupo fez 60 vítimas no Pará até o momento, com prejuízo estimado em R$ 480 mil.
O número de vítimas, contudo, pode aumentar tanto lá quanto no Ceará. Ana Paula Scott orienta que a população lesada busque a Justiça para obter algum tipo de reparação, além de buscar locais tradicionais, credíveis, para realização de pagamentos.
Fonte: DN
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