O
epicentro desse novo desastre natural foi a comunidade de Jardim Monteverde,
uma área íngreme com casas precárias na divisa entre Recife e o município de
Jaboatão dos Guararapes, onde um deslizamento de terra soterrou casas inteiras
no sábado e causou a morte de 19 pessoas.
Desde a tarde de sábado, Flávio José da Silva
procurava seu padrasto Gilvan nos escombros do que costumava ser sua casa.
Pouco depois de a colina desabar, ele conseguiu falar com o parente. "Ele
nos disse 'estou aqui embaixo da terra'. Esperamos encontrá-lo vivo",
disse à AFP, apontando para a montanha de detritos misturados com lama.
Em
Jardim Monteverde, socorristas, auxiliados por voluntários, retiraram escombros
em meio à grande destruição e à dor dos vizinhos.
Onze
dos mortos naquele deslizamento de terra eram parentes de Luiz Estevão Aguiar,
ele mesmo contou à TV Globo em meio às lágrimas. "Minha irmã morreu,
meu cunhado, 11 pessoas da minha família morreram, foi difícil. Foi muito
difícil. Eu não esperava isso", disse este idoso, que mora em outro
município.
Atrás
dele, uma corrente humana, com os pés afundados na lama, passava baldes de
entulho morro abaixo. Imagens aéreas mostram alguns pontos da capital
pernambucana e municípios vizinhos completamente alagados.
O
balanço anterior deste domingo colocava em 56 o número de desaparecidos por
deslizamentos de terra, por desabamento de casas ou pelas furiosas correntes de
água e lama que devastaram tudo em seu caminho no Recife e em uma dezena de
municípios, entre eles Olinda, que decretou emergência.
Nas
últimas horas, as autoridades disseram que o número de pessoas que estão sendo
procuradas "não está fechado".
A devastação também deixou quase 4.000 desabrigados ou deslocados e grandes danos à infraestrutura de vários municípios. A Câmara anunciou que o governo do estado liberou uma verba emergencial de 100 milhões de reais para a realização de buscas e obras urgentes
O Povo
0 Comentários