Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará/Foto: Antônio Rodrigues/DN
O juiz Otávio Oliveira de Morais da comarca de Milagres, na Região do Cariri do Ceará, acatou nesta quarta-feira (8) o pedido da defesa para que 20 policiais militares acusados de envolvidos na morte de 14 pessoas retornem para as atividades ostensivas. Ou seja, o trabalho de patrulhamento nas ruas do estado exceto em Milagres.A matança ocorreu em 7 de dezembro de 2018, quando uma quadrilha armada fez pessoas reféns e tentou atacar duas agências bancárias no município. Esses 20 agentes de segurança que atenderam a ocorrência trocaram tiros com os criminosos e, segundo investigações judiciais, foram os responsáveis pelos disparos que mataram seis reféns e oito criminosos.
A decisão da Justiça autoriza os policiais a trabalharem no patrulhamento sem que eles tenham contato com testemunhas que foram ou serão ouvidas para a continuidade do processo. Desde 2019, os policiais militares estavam fora das atividades ostensivas por determinação judicial.
O juiz Otávio Oliveira de Morais disse na decisão o afastamento dos policiais prejudicava o serviço de segurança no estado.
Fraude processual
Além de homicídio, os policiais militares são acusados de fraude processual, pois tentaram apagar as provas da ação.
Em dezembro de 2020, o tenente-coronel suspeito de modificar a cena do crime pediu a suspensão dos efeitos do afastamento imposto pela Controladoria-Geral de Disciplina para voltar ao trabalho. Essa foi a última movimentação no processo, mas o Tribunal de Justiça do Ceará negou na época.
G1 CE
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