Até esta quarta-feira, a Capital havia registrado 20 casos da doença. Desse total, oito são autóctones, ou seja, de transmissão local, o que configura indicativo da transmissão comunitária do vírus na cidade. Em todo Ceará são 23 casos da doença, ainda de acordo com a Secretaria.
TRANSMISSÃO COMUNITÁRIA
O médico infectologista Keny Colares, da Escola de Saúde Pública do Ceará, define que a transmissão comunitária ocorre quando, entre os casos que foram detectados, foi identificado um que não teve relação com viajante. Isso mostra que a doença já está circulando entre pessoas na nossa comunidade e não apenas em pessoas que estão chegando.
Toda doença nova chega inicialmente por viajante, por pessoas de fora que estão no nosso estado ou pessoas do nosso estado que viajaram, voltaram e trouxeram a doença.
KENY COLARES Médico infectologista "Diz-se que há a transmissão comunitária quando você já não consegue identificar nenhum vínculo com alguém externo. Ou seja, já pode haver contaminação por meio de pessoas que estão morando aqui", completa.
COMBATE À DOENÇA
Ainda conforme o infectologista, a forma mais eficiente para bloquear a transmissão da doença é identificar e notificar os casos o mais rápido possível.
"Estamos fazendo treinamento e capacitação para os profissionais da rede de saúde, para quando os pacientes procurarem atendimento com lesões sugestivas, eles identificarem imediatamente.
Com isso, é possível acompanhar aquele paciente e tentar prevenir que ele transmita para outras pessoas", diz Keny Colares. Além da identificação dos casos, o profissional afirma que é necessária a avaliação dos contactantes, isto é, as pessoas que têm ou tiveram contato com o indivíduo infectado nos últimos 21 dias, para acompanhar o surgimento dos sintomas.
INFECÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde, a principal forma de transmissão da varíola dos macacos ocorre por contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva.
A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos.
SINTOMAS
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, sem tratamento. “Recém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão pré-existente correm o risco de sintomas mais graves e de morte por varíola dos macacos. Profissionais de saúde também estão em maior risco devido à maior exposição ao vírus”, alerta a Opas.
Os principais sintomas da varíola dos macacos são: Lesões na pele (erupções cutâneas); Febre de início súbito; Inchaço dos gânglios, popularmente chamado de “ínguas”; Dor de cabeça; Dores musculares e nas costas; Calafrios; Exaustão; Feridas na região genital, no ânus e na boca.
O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode ficar sem sintomas após ter contraído o vírus.
As lesões na pele, principais características da doença, tendem a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Podem também ser encontradas na boca, genitais e olhos, segundo a OMS.
Fonte: Diário do Nordeste
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