Governo Lula nomeia ex-deputado cearense, que queria 'desesquerdizar' governo, para Sudene

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou, o ex-deputado bolsonarista Heitor Freire (União Brasil-CE) para ocupar a diretoria de Gestão de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional com foco no Nordeste. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União

Freire vai atuar na sede do órgão, no Recife (PE), e, segundo o Portal da Transparência, terá salário de R$ 13.623,39. 

No início do governo passado, o ex-deputado ganhou destaque como um fiel apoiador de Jair Bolsonaro. Freire chegou a protocolar um requerimento pedindo a criação da "Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública".
Arrependido

Em nota, Freire declarou estar "arrependido" de decisões do passado. "Eu reconheço que fui dessa ala radical e, se pudesse voltar atrás, voltaria sim, mas a gente não pode. Só pode ficar a lição, o aprendizado", afirmou. "Naquele momento, muitos deputados do PSL foram enganados por um discurso. Quando percebemos que o discurso era diametralmente oposto ao que se pretendia fazer, nós nos afastamos do governo", disse Bivar. "E o Heitor Freire foi um desses."

Freire foi eleito deputado federal do Ceará pelo PSL nas eleições de 2018, com 97.200 votos, na onda bolsonarista. 

Quando aliado de Bolsonaro, Freire protocolou um requerimento sugerindo ao presidente da República criar a "Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública". O texto detalhava que a secretaria seria "destinada a realizar um amplo controle, fiscalização, identificação, mapeamento, monitoramento, com consequente sugestão de exoneração por decisão do Presidente da República". Integrantes do órgão teriam a função de indicar possíveis nomes potenciais a demissão por reproduzir ideias da esquerda.

Coordenação política

O presidente Lula decidiu assumir as rédeas da coordenação política do governo após sofrer derrotas importantes na Câmara. Além da liberação de uma parte dos R$ 9 bilhões em emendas a deputados e senadores, o chefe do Executivo também iniciou a liberação de cargos no segundo escalão, Sudam e da Sudene, autarquia em que Freire agora é diretor. Apesar de ter indicado três ministérios - Comunicação, Turismo e Desenvolvimento Regional - o União Brasil ainda não vota em conjunto com a base aliada.

O Povo





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