A decisão anunciada pelo senador Cid Gomes de rompimento definitivo com a cúpula do PDT no Ceará na última terça-feira (14) teve repercussões significativas na região do Cariri. Dos oito prefeitos ainda filiados ao partido na região, quatro decidiram seguir Cid Gomes para uma nova sigla, marcando uma baixa imediata para o PDT caririense.
Os prefeitos Gislaine Landim (Brejo Santo), Dr. Lorim (Missão Velha), Edmilson Leite (Caririaçu) e Cícero de Deus (Araripe) anunciaram oficialmente sua saída do partido. Libório Leite, prefeito de Assaré, expressou sua disposição em deixar o PDT, mas antes de buscar discutir alternativas para sua nova filiação. Libório reiterou seu compromisso com a base aliada do governo Elmano de Freitas (PT) e expressou o desejo de dialogar com o senador Cid Gomes e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
Enquanto o prefeito Deda Pereira (Farias Brito) ainda não se manifestou oficialmente, a assessoria de comunicação informou que ele pretende permanecer na base aliada, mas sem confirmar se seguirá Cid Gomes. Por outro lado, os prefeitos de Antonina do Norte, Antônio Filho, e de Baixio, Zé Humberto, confirmaram sua permanência no partido durante a reunião do dia 14.
Em cenário mais amplo, o PDT perde seis dos oito prefeitos caririenses de forma imediata. Entretanto, as baixas no partido já vinham ocorrendo desde a conclusão da eleição de 2020, com a saída de outros importantes líderes municipais, como Guilherme Saraiva (Barbalha), João Luís (Campos Sales), Cícero Figueiredo (Milagres) e Taiano Martins (Tarrafas). ), que agora são filiados ao PT.
As ramificações desse racha no PDT não se limitam ao Cariri. No Ceará, o partido pode perder até 71 membros, incluindo 43 prefeitos, 10 deputados estaduais, 4 federais e dois vereadores de Fortaleza que solicitaram cartas de anuência para desfiliação. Até o momento, 10 prefeitos já haviam deixado a legenda em busca de novas siglas, a maioria ingressando em partidos da base do governo, como o PT.
O deputado Guilherme Landim, líder do PDT na Assembleia Legislativa, enfatizou que fez todos os esforços para manter a sigla unida, cobrando coerência do diretório ao destacar que "quando a decisão foi para Roberto Cláudio valia e, agora, com Cid não vale". Ele destacou que a prioridade agora é lidar com a saída dos prefeitos, que expressam preocupações sobre possíveis intervenções nos diretórios para inviabilizar eleitoralmente os apoiadores de Cid.
Quanto aos deputados estaduais e federais, Guilherme Landim afirmou que o grupo está avaliando a espera pela janela partidária ou recorrendo à Justiça. A possibilidade de submeter as cartas de anuência à Justiça não foi descartada, e uma comissão composta por prefeitos e deputados foi formada para analisar as opções e decidir sobre a nova filiação do grupo, com a primeira reunião prevista para acontecer ainda esta semana, sem dados definido.
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