Ceará Reduz Casos de Feminicídio em 20,5% em 2024


O combate ao feminicídio no Ceará trouxe resultados significativos em 2024, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Com uma redução de 20,5% nos casos de feminicídio de janeiro a outubro em comparação com o mesmo período de 2023, o estado reforça seu compromisso em prevenir e combater a violência de gênero. Essa queda está associada ao impacto das estratégias de segurança integradas e das ações preventivas em parceria com a Secretaria das Mulheres, além da implementação de plataformas de proteção às vítimas.

Queda nos casos de feminicídio e ações preventivas

Em 2023, o Ceará contabilizou 39 feminicídios nos primeiros dez meses. Em 2024, esse número caiu para 31, com destaque para outubro, que registrou uma redução de 40% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse avanço é atribuído a várias iniciativas, incluindo o aumento nas denúncias de violência, a ampliação das medidas protetivas formais, e parcerias reforçadas entre a SSPDS e a Secretaria das Mulheres.

A Delegacia de Defesa da Mulher também desempenhou um papel crucial, registrando 11.300 boletins de ocorrência em 2023 e 7.000 até julho de 2024. As medidas protetivas expedidas ultrapassaram 6.000 no ano passado, com mais de 3.400 já concedidas até meados deste ano, reforçando a rede de apoio e proteção às mulheres em situação de risco.

Nova legislação fortalece apoio às vítimas

Uma das mudanças mais relevantes foi a atualização na legislação que permite que mulheres solicitem medidas protetivas sem precisar ser vítimas de um crime formalizado. Basta o registro de um boletim de ocorrência para que o pedido seja encaminhado ao Judiciário pela delegacia, reforçando a proteção preventiva e ampliando o acesso à segurança.

O caso de Jamire de Oliveira: um clamor por justiça

Entre as histórias que simbolizam a importância da continuidade dessas ações está a de Jamire de Oliveira Correia, empresária de 47 anos, cuja morte inicialmente foi tratada como suicídio em seu apartamento no bairro Meireles, em Fortaleza. A investigação posterior, que incluiu seu namorado como suspeito, transformou o caso em feminicídio. Cinco anos após o ocorrido, a ausência de julgamento ou prisão do acusado mantém a família de Jamire na luta por justiça, evidenciando as marcas duradouras e profundas deixadas pela violência contra a mulher.

Uma batalha constante

A redução nos índices de feminicídio no Ceará representa uma vitória parcial em uma batalha contínua. Com cada nova medida, caso investigado e proteção concedida, o estado fortalece uma rede que protege vidas e contribui para uma sociedade mais justa e segura para as mulheres.

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